Arad, Roménia, 2004
Os blocos de notas guardam-se na prateleira e ficam entregues ao pó até que uma memória trôpega os resgata do esquecimento. As imagens, notas visuais, são mais atrevidas e, escudando-se num longo processo de arquivamento, resistem ao oblívio com o afinco de uma recordação doce. Provas de contacto, provas de trabalho, digitalizações, ajuste de tons, retoque, redimensionamento. Há um rol de oportunidades antes da escuridão da gaveta. Hoje, enquanto uniformizava o espaço ocupado por algumas imagens, foi esta que me fez parar. Arad, Roménia, em 2004. O que se vê na imagem, vê-se (ou via-se) desde um dos quartos do Hotel Arad. Um momento esquecido, quadro urbano sem argumentos que acabará no fundo de um baú, soterrado por uma avalancha de fotografias. Uma cidade perdida.
Lisboa, Outubro de 2007