Há o barulho e as multidões. Há o convívio desregrado entre avenidas aprumadas e becos esconsos. Rios e oceanos abordam-nas para o ritual de ablução, conduzindo, com as marés, o baptismo que lava os pecados da noite. E as áreas, imensas. despistam a ilusão da imortalidade, ensinando-nos que há uma caducidade inerente à existência que nem o fardo da primogenitura consegue contornar.
São duras, as cidades.
Mas são também vórtices sábios que nos apartam dos ardis da natureza. Foram feitas por homens, para homens, e afastam-nos dos campos, que só servem apenas para lucubrações de poetas ou para escapatória de espíritos pouco confortáveis com a complexa e patética condição humana. Nem todos conseguimos desempenhar com convicção o papel de Sísifo.