Diários da Sicília – Prólogo (5)

Goethe deixou Palermo a 18 de Abril de 1787, muito cedo, com o seu amigo Heinrich Kniep, o vetturino que contrataram e uma quadrilha de mulas. O dia anterior, passara-o num jardim público a tentar dar corpo a Nausicaa, o projecto poético, em forma de tragédia épica, que concebera durante a viagem. Perturbado e fascinado pelas numerosas plantas do jardim, que antes só tinha vista em caixas e vasos, Goethe embarcou num devaneio botânico que o distraiu do poema. A entrada do seu diário, nesse dia 17 de Abril em que se despede de Palermo, termina assim: Por qué nosotros, hombres modernos, vivimos tan dispersos, por qué siempre nos sentimos incitados a retos que no podemos afrontar?. Goethe nunca terminou Nausicaa.

Carlos M. Fernandes, 22 de Agosto de 2012

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